sexta-feira, 22 de novembro de 2019

A sombra Espiritual





Para Jung a sombra  pode ser revelada nos sonhos. Se voce é muito severo, pode sonhar com uma pessoa liberal, sem medidas, e irresponsável.

Nós temos o dois lado e o lado sombra é aquele que não assumimos e não aceitamos e muitas vezes reprimimos. a sombra de um homem santo, pode ser a "imagem" de um marginal, transgressor;  a sombra de um bandido cruel pode ser a "imagem" de um homem bom, honesto...
Quando julgamos e condenamos o outro implacavelmente estamos alimentando com o ódio a nossa "sombra" que pode criar situações limites, em nossa vida.

Uma pessoa equilibrada, consegue olhar os dois lados da moeda com equilibrio e agir com consciência sem ser dominado por sua sombra

  • "A “sombra” foi um termo que Jung pegou emprestado de Friedrich Nietzsche.

    • Essa ideia representava a personalidade oculta que cada pessoa possui. À primeira vista, a maioria de nós aparenta (e nos percebemos) como seres bons e nobres. No entanto, no nosso interior há certas dimensões reprimidas, onde se escondem os instintos hereditários, a violência, a raiva, o ódio…
    • O arquétipo da sombra não vive somente dentro de cada pessoa. Às vezes, também está presente em “grupos de pessoas”, em seitas, em alguns tipos de religiões ou mesmo em partidos políticos.
    •  São organizações que podem, em um determinado momento, lançar a sua sombra à luz para justificar atos violentos contra a própria humanidade.
    • A sombra se torna mais destrutiva, insidiosa e perigosa quando a “reprimimos”. De acordo com Carl Jung, quando ela se projeta aparecem os distúrbios como a neurose ou a psicose.
    • Da mesma forma, Jung diferenciou o arquétipo da sombra em dois tipos.
    O primeiro é a sombra pessoal, que todos nós carregamos como as nossas pequenas frustrações, medos, egoísmo e dinâmicas negativas mais comuns. No entanto, haveria também a sombra impessoal, que conteria a essência do mal mais arquetípico, aquele que acompanha os genocídios, assassinos implacáveis, etc.

    “Infelizmente, não há dúvida de que o homem não é, em geral, tão bom quanto imagina ou gostaria de ser. Todo mundo tem uma sombra, e quanto mais escondida ela está da vida consciente do indivíduo, mais escura e densa ela se tornará.

     De qualquer forma, é um dos nossos piores
    obstáculos, já que frustra as nossas ações bem intencionadas.”
    – Carl Jung –"



     A sombra amigável
    Wanderley de Oliveira

    Pois nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente (Lucas 8:16 e 17)

    O evangelho segundo o Espiritismo – capitulo 24 – item 2
    A sombra designa o outro lado do ser humano, aquele em que vige a escuridão.

    Comumente destacamos a sombra negativa nos ambien­tes educativos da doutrina. Convém, porém, uma atenção à sombra jpositiva, que são nossos potenciais e talentos ainda não expressados ou descobertos. Em meio a essa escuridão da vida inconsciente existe muita sabedoria e riqueza ainda não exploradas.

    Escutando nossos sentimentos e o que eles têm a nos ensinar sobre nós mesmos, estaremos entrando em con­tato com esse material reprimido no inconsciente, com todas as habilidades instintivas que nos asseguram a Herança Inalienável de Filhos do Altíssimo em Sua Obra magnânima.
    Escutar sentimentos é aceitá-los.

     Aceitação quer dizer pensar sobre eles. Habitualmente registramos a colo­cação: "não quero nem pensar nisso!”, referindo-nos a questões desagradáveis do mundo íntimo. Os sentimen­tos são os principais canais de conexão emitindo cons­tantes mensagens do inconsciente.

    Quando usamos a expressão sentimentos mal resolvidos, estamos tratando de sentimentos não aceitos ou negados pela consciência e reprimidos para o inconsciente (guardados na sombra) por algu­ma razão particular.

     A sombra originou-se basicamente em função dessa relação insatisfatória com nosso poder de sen­tir, de ter consciência de “quem eu sou” e os arquivou em forma de culpas, desejos estagnados, bloqueios, traumas, medos, criando todo um complexo psí­quico que, em muitos lances, são fatores geradores das psicopatologias, desde as mais toleráveis até às mais severas.


    Ao longo dos últimos milênios (aproximadamente qua­renta mil anos, dependendo da história individual), o que mais fizemos foi negar e temer nossos sentimentos - um fato natural na trajetória evolutiva da animalidade para a hominalidade.

    0 medo de sentir e do que sentimos acompanha-nos desde o momento em que começamos a tomar consciência desse mecanismo bio-psíquico-emocional-espiritual.

     Ainda hoje, esconder o que se sente, é uma conduta social comum e até necessária para a maio­ria das pessoas.

    0 mundo, no entanto, prepara-se para o século do amor vivido e sentido. A pergunta mais formulada em todas as latitudes neste momento é: como está você?

     E o interes­se por uma resposta que fale de sentimentos é eminen­te; tende a tornar-se um hábito. Estamos com enorme necessidade de falar do que sentimos e saber com mais clareza sobre o mundo das emoções, embora ainda teme­rosos de suas consequências.

    Quando digo: "sou minha sombra", não significa que eu tenha de viver conforme a sua orientação, mas, sim, admiti-la, entender suas mensagens.

    A sombra só é ameaça quando não é reconhecida. Só pode ser prejudicial quando negligenciamos identificá-la com atenção, respeito e afabilidade.
    "É importante para a meta da individuação, isto é, da realização do si-mesmo, que o indivíduo aprende a distinguir entre o que parece ser para si mesmo e o que é para os outros.

     É igualmente necessário que conscientize seu invisível sistema de relações com inconsciente, ou seja, com anima, a fim de poder diferenciar-se dela. No entanto, é impossível que alguém se diferencie de algo que não conheça.”[1]


    Essa colocação do doutor Jung é clara. Escutar sentimentos é a primeira lição na nossa educação espiritual para o auto amor. 

    Amaremos a nós mesmos somente quando deixarmos de culpar os outros pelas nossas dores e desacertos e tivermos a coragem de perscrutar o íntimo interrompendo o fluxo das projeções e fugas ainda ignoradas nas nossas atitudes.

    Recebemos contínuos chamados do inconsciente através do que sentimos. Uma análise atenta de nossos impulsos emotivos e da nossa reação afetiva a tudo que nos cerca levar-nos-á a entender com exatidão as reclamações psiquismo profundo. Nessa investigação da alma encontraremos indicativas seguras no entendimento das mais ocultas raízes de nossos conflitos.

     Percorreremos caminhos mentais até então desconhecidos. Igualmente, descobriremos valores adormecidos que solicitam nossa criatividade para desenvolvê-los a contento.
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    Entretanto, somente daremos importância às mensagens da sombra quando nos relacionarmos amigavelmente com ela. 0 processo de ouvir a voz do inconsciente através dos senti­mentos passa por algumas etapas na alfabetização do sentir:

                          Imprescindível o autorrespeito. 0 que sentimos é indis­cutível, individual, é a nossa forma de viver a vida. Com isso não devemos admitir que os apelos do coração de­vam ser seguidos como brotam.
                           Muito menos supô-los a expressão da Verdade. Apenas tenhamos respeito por nós sem reprimendas e condenações, procurando compreender os recados do coração.

                          Havendo respeito, instaura-se o clima da serenidade, da ausência de conflitos e batalhas interiores. Somente serenos vamos conseguir uma comunicação sem inter­ferências. É o silencio interior. O fio que nos leva ao in­tercâmbio produtivo.

                          Aprender a linguagem dos sentimentos exige medi­tação, atenção. Separar a imagem programada pela educação social da imagem idealizada é um trabalho lento.  Diferenciar o que pensam que sou daquilo que penso que sou é o caminho para se chegar ao que sou verdadeiramente.


    . Utilizar indagações. A sombra adora dar respostas. Nossa tarefa será discernir no tempo a natureza dessas respostas. No início elas serão confusas, enganosas, tal­vez decepcionantes.

    Na medida que se dilata esse exercício, a intuição vai acla­rando a capacidade de perceber e sentir o que nos convém. Teremos a sensação do melhor caminho, das melhores es­colhas, do que queremos. É o início da identificação com o projeto singular do Criador a nosso respeito.

    0 doutor Jung estipulou: "As pessoas, quando educadas para enxergarem claramente o lado sombrio de sua pró­pria natureza, aprendem ao mesmo tempo a compreen­der e amar seus semelhantes."[2]
    Ao conquistarmos a sombra de maneira amigável, criare­mos uma relação de paz com a vida íntima e, nesse pon­to, as projeções não serão mecanismos defensivos contra nossas imperfeições, mas reflexos da bondade e harmo­nia que habitarão a vida mental.

    Nessa postura mental amaremos a vida com mais ardor. Será muito mais in­teressante olhar o nosso próximo, senti-lo e perceber a grandeza da vida que nos cerca.


    A Lei Divina contida na fala de Jesus é determinante: "Pois nada há secreto que não haja de ser descoberto".

    0 crescimento pessoal e a felicidade incluem a missão de explorar as riquezas do inconsciente.

    Escutar sentimentos é a arte de mergulhar na vida profun­da e descobrir o manancial de força e beleza que possuímos.

    Amigo querido das lides espiritistas

    Nos instantes de tormenta ocasionados pelos efeitos de tuas imperfeições, busca Deus na oração e escute sua alma.
    Ouça os avisos suaves que ela lhe envia. Não os julgue ainda.

    Indaga-se: que fazer ante os impulsos menos felizes?
     Como agir para mudar?

    Ouça! Ouça a resposta em você mesmo! Escute os seus sentimentos!
    Ore novamente, aquiete os raciocínios e escute os “sons" dos sentimentos nobres que lhe arrimam.

    Agora você está em estado alterado de consciência. Sua sombra avizinha. Seuself permanece em vigília. Tonifique-se com as energias revigorantes.



    Agora agradeça o dom da vida... 0 corpo... 
    A beleza de pertencer a si mesmo.

    A presente existência é a sua oportunidade. É a sua oca­sião de libertar. Recomece quantas vezes se fizerem ne­cessárias. Perdoe-se pelos insucessos.
    Recorde as muitas vitórias e preencha-se com o labor.
    Algumas respostas para serem compreendidas solicitam o 
    concurso do tempo.

    Prossiga sem ilusões de conforto. Deseje o sossego inte­rior e acredite merecê-lo, mas não o confunda com facili­dades transitórias.
    Seus sentimentos: a realidade de sua posição espiritual.

     Por eles você sabe de seu valor e de suas necessidades.
    Não se agrida quando sentir o que não gostaria.
    Ame-se ainda mais nesses momentos. Aceite-se.
    Diga: "Eu aceito minha imperfeição." 

    "Senti-la não quer dizer que eu seja menor.” "Eu aceito minhas particulari­dades.” "Eu me amo como sou e não me abandonarei
     por­que somente eu posso me resgatar”.

    Agora vai cumprir o seu dever - esse sublime analgésico mental.
    Em outro instante, fora da tormenta mental, medite so­bre aquilo
     que lhe incomodou.

    Medite sempre sobre suas imperfeições e Seu Pai, secre­tamente, na acústica do ser, providenciará os recursos abundantes para a sua cura.
    Deus jamais esquece de você. Acredite nisso e sinta o am­paro em seu favor. 0 universo está a seu favor. Acredite!

    Pesquisado em
    https://amenteemaravilhosa.com.br/arquetipo-da-sombra/
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