Por Gustavo Tanaka
Esses dias descobri uma condição. É uma espécie de doença rara. Na verdade nem é tão rara assim. Apenas não se fala muito nela.
E eu escrevo este texto para me curar dela. Porque os meus textos são minha cura.
Descobri que sofro da Síndrome do "Tem que ser eu".
É uma condição que faz com que eu acredite que só eu posso fazer as coisas. Que tudo tem que ser feito por mim.
É aquilo que faz eu me tornar centralizador, tenha dificuldade de delegar e dificuldade de dizer não para oportunidades.
Se alguém me pede para fazer algo, eu digo sim, porque se ela pediu é porque sabe que posso fazer. Ou porque eu sei e ela não sabe. Tem que ser eu.
Quando me convidam para alguma coisa legal, eu preciso ir. Porque eu tenho que estar lá. Porque é uma oportunidade que eu não posso desperdiçar. Não pode ser outra pessoa. Tem que ser eu.
Quando tem um trabalho importante, é melhor que eu faça, porque não conheço quem faça melhor que eu. Tem que ser eu.
Quando começo a sentir alguma dificuldade, eu não posso pedir ajuda. Eu mesmo me coloquei lá, então eu tenho que sair. Tem que ser eu.
Quando sinto alguma dor emocional, não posso conversar com ninguém a respeito. Ninguém consegue me compreender melhor que eu mesmo. Tem que ser eu.
Me dei conta de que o "tem que ser eu" é um dos principais argumentos do meu ego.
Porque é pura e simplesmente uma manifestação do meu ego, eu acreditar que tudo tem que ser eu.
Que eu faço as coisas melhor que os outros, que tem que ser para mim, que tenho que conseguir sozinho, que tenho que dar conta sozinho.
E assim a vida vira um peso, tem sempre muita coisa pra fazer e vivo com o constante sentimento de que não vai dar tempo de fazer tudo.
Hoje eu escolho soltar. Escolho dividir. Escolho pedir ajuda. Escolho dizer não.
E aceitar que nem tudo precisa ser eu. Que na verdade, quase tudo pode ser feito por outras pessoas.
Apenas uma pequena coisa só pode ser feita por mim.
Ser eu.
Eu me liberto do "tem que" e escolho apenas "SER EU"
0 comentários:
Postar um comentário